Uso de Vitaminas
As vitaminas estão presentes na alimentação, em especial nos vegetais. Assim, quanto mais cores no prato, mais variadas as vitaminas e minerais ingeridos.
Muitos acreditam que quanto mais vitaminas, melhor, mas não é bem assim. As necessidades diárias de ingestão variam conforme a idade, fases da vida (ex.: gestação), presença de doenças ou o uso de medicamentos.
Embora o uso de suplementos esteja cada vez mais comum, eles devem ser utilizados de forma parcimoniosa. Podem causar danos se forem usados sem orientação.
Confira alguns dados sobre as diferentes vitaminas:
Vitamina A: é derivada dos carotenoides - moléculas de pigmentos alaranjados; quando é consumida em quantidade de até 30 mg/dia pode levar a uma alteração da cor da pele, que fica amarelada (o que pode ser regulado com a redução da ingesta). Contudo, o consumo excessivo pode causar alterações neurológicas, visão turva, confusão mental, sonolência, aumento da pressão intracraniana com forte dor de cabeça, sensibilidade à luz, lábios rachados e pele seca e áspera e ainda gerar malformações fetais em gestantes, não devendo ser usada junto com alguns medicamentos como tetraciclinas, por exemplo.
Vitaminas do complexo B (biotina, ácido fólico, niacina, ácido pantotênico, riboflavina, tiamina, piridoxina e cobalamina): estão envolvidas em diversas funções corporais, mas seu excesso é hepatotóxico, pode causar icterícia, dor abdominal, visão borrada, piora da hiperglicemia e precipitação de gota preexistente. Excesso de B6 lesa os nervos, causando dor e dormência nos pés e nas pernas.
Vitamina C: é importante na formação, crescimento e reparo dos ossos, e pele, porém, em excesso, pode causar diarreia e cálculos urinários além de sobrecarga de ferro no organismo.
Vitamina D: contribui para a formação óssea, seu excesso leva a maior captação intestinal de cálcio, aumentando o nível no sangue, gerando sintomas como náusea, vômitos, fraqueza, anorexia, desidratação e quadro de insuficiência renal grave, podendo levar à morte.
Vitamina E: participa dos processos anticoagulantes. A suplementação foi associada a um aumento de mortalidade já na dose de 400 UI por dia. Sintomas da hipervitaminose E incluem fraqueza muscular, fadiga, náuseas, diarreia, visão turva, diminuição dos hormônios tireoidianos e aumento dos triglicerídeos. O maior risco é o sangramento.
Vitamina K: importante na coagulação do sangue. Em excesso, pode provocar alterações hepáticas, hiper estimular a coagulação sanguínea, aumentando o risco de tromboses, anemias por lesão celular das hemácias e icterícia.
O ácido hialurônico não deve ser suplementado em pacientes com diagnóstico de câncer nos últimos cinco anos.
Todas as vitaminas são importantes, mas como visto, o uso indiscriminado tem riscos à saúde. Se você acha que precisa suplementar alguma vitamina, além das fontes naturais, converse antes com seu médico ou nutricionista.
Fontes naturais de vitaminas:
Vitamina A Caroteno |
Complexo B |
Vitamina C |
Vitamina D |
Vitamina E |
Vitamina K |
Óleo de fígado de peixe Fígado Gema de ovo Cenoura Batata doce Abóbora Manga Mamão Acerola Espinafre Brócolis Couve |
Levedura seca Fígado Cereais integrais Salmão Atum Legumes Carne vermelha Ovos Leite Nozes Brócolis |
Limão Laranja Acerola Tomate Batatas Brócolis Morango Pimentão |
Exposição solar diária por 15 minutos Peixes gordurosos Óleo de fígado de peixe Gema de ovo |
Leguminosas Trigo Amendoim Cereais integrais Carnes magras Óleo vegetal Nozes Sementes Verduras verdes |
Verduras verdes Couve Espinafre Óleo de soja Óleo de canola |
Referências
https://www.efsa.europa.eu/sites/default/files/efsa_rep/blobserver_assets/ndatolerableuil.pdf
https://jornal.usp.br/atualidades/consumo-excessivo-de-vitaminas-pode-causar-danos-a-saude/
https://saude.rs.gov.br/vigilancia-em-saude-alerta-sobre-riscos-no-uso-da-vitamina-d-no-estado
https://www.infoescola.com/doencas/hipervitaminose/
Diretoria de Relacionamento com Segurados
Responsável Técnico: Diretor de Provimento de Saúde Antonio Quinto Neto
Autoria: Dra. Michelle Lise, perita médica e auditora do IPE Saúde
Revisão e edição: Raquel Schneider, jornalista.